Eu era menino quando um senhor chamado Eduardo Portela foi nomeado ministro da Educação. Um repórter construía uma pergunta utilizando a expressão “agora que o senhor É ministro...” e o professor Portela o interrompeu dizendo: “eu não SOU ministro, eu ESTOU ministro”. Esta resposta marcou minha vida.
Daquele dia em diante, me tornei intransigente partidário do ESTAR em determinado cargo, em contraposição àqueles que acreditam SER o que um cargo representa. Ainda assim, sou obrigado a confessar que não sou humilde o bastante, nem suficientemente bom de coração para não ficar incomodado quando sinto que ligaram a chama debaixo da minha cadeira... Já me aconteceu antes. Vai acontecer de novo. Aliás, acontece com as pessoas desde sempre. A panela ferve, como diziam os romanos e atesta o título deste texto. A sua batata ta assâno, dizemos nós, os minerim...
Como ninguém está imune a este tipo de situação, resolvi relatar e compartilhar a experiência até então adquirida em ser cozido na frigideira com manteiga, azeite ou outra substância oleosa quente... Eu me explico no próximo texto.
Um comentário:
Olha só: pensando bem, nem sempre quem sai perdendo é quem fica fritando na frigideira.
Primeiro, porque o cheiro de queimado permanece no ambiente, mesmo depois que a comida vai embora.
Segundo, porque o gosto amargo fica é na boca de quem erra a receita.
Terceiro, porque a má fama acaba ficando é para o restaurante.
E quarto, porque a bagunça na cozinha sobra sempre é para quem faz a sujeira.
Ou seja: não adianta termos os melhores ingredientes, se a pessoa que segura a frigideira não sabe cozinhar. Mais cedo ou mais tarde, ela é que acaba se queimando.
Abraços.
Daniel
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