1.9.11

Livre-se do estresse

Apresento-lhes a técnica de solução de conflitos interpessoais que batizei de "cara de Túlio".

Eu explico: Túlio é um de meus irmãos. Ele tem a habilidade nata de fazer cara de psicopata assassino - na verdade, ele É psicopata assassino, mas tem medo de ser pego pela polícia e, por isso, se controla.

O sábio Túlio utiliza o olhar para solucionar uma série de estressantes problemas do dia-a-dia.


Primeiro exemplo: você chega em um caixa e a pessoa te pergunta "- Não tem uma nota menor, não?"... aí você não diz nem uma palavra, não faz nenhum movimento, só faz a cara de Túlio e olha fixo pra pessoa por 5 segundos...

Depois desse tempo diga, em voz baixa e calma: "- Olá, tudo bom?"  O troco, que até então não havia, aparece como um milagre e você vai embora tranquilo e satisfeito. ZERO ESTRESSE! Eu testei em quatro diferentes caixas de padarias e supermercados. Deu SUPER certo.


Outro teste foi na portaria do condomínio em que morava. O capataz de lá se acha dono do condomínio. É um caboclo espaçoso, mais folgado que colarinho de palhaço. Como eu estava de mudança, meu entra e sai no condomínio estava grande - aumentando a possibilidade de eu me encontrar com o desinfeliz... Não deu outra.

Apenas ele me viu, foi perguntando: "- Aqui... Cê tá saindo fora do condomínio?" Eu poderia ter perguntado se há como sair pra dentro, mas preferi testar a aplicabilidade da cara de Túlio.

Não disse nem uma palavra, não fiz nenhum movimento, só olhei fixo pro beócio por 5 segundos... Depois desse tempo, disse em voz baixa e calma: "- Bom dia." O homem ficou transtornado. Parecia que eu o tinha queimado com a ponta de um cigarro. Todo nervoso, ele disse: "- Bom dia pro senhor também! Tudo de bom! Vai com Deus, viu?"  Detalhe importante: o cara JAMAIS tinha me tratado por senhor em 5 anos de convivência.

O último e definitivo teste foi com um guardador de carros - vulgo flanelinha. Preparei para estacionar meu carro, dei seta, diminui a velocidade, dei sinal de braço, quase parei, parei e engatei ré. O carro que vinha atrás sentou a mão na buzina. Fazendo contato visual através do espelho retrovisor com a motorista daquele carro, soletrei a seguinte frase para facilitar-lhe a leitura labial: "- VAI TO-MAR NO C*!" Era uma mocinha, dessas urgentessuperdescoladasmoderninhas, que desviou e passou por mim sem olhar de volta. Um rapazinho emo que vinha no carro atrás do dela, colou na minha traseira e buzinou - PAM PAM. Repeti o contato visual e a técnica de leitura labial. Dessa vez preferi outra frase: "- FI-LHO DA P*-TA!". Ele também desviou e eu, finalmente, estacionei numa boa.

Ao descer do carro, o tal flanelinha, que a tudo acompanhara, se aproximou de mim e disse: "- Ô doutor... hoje é domingo... o sinhô tá muito estressado!" Fiz cara de Túlio, 5 segundinhos de silêncio e soltei essa pérola, olhando nos olhos do supimpa segurança de via pública: "- É? Você acha?" Ele passou a olhar para o chão imediatamente. Quando fui tirar o carro da vaga, acenei para ele com uma nota de 2 reais na mão. Ele, de longe, me fez um sinal de positivo com o polegar e não veio buscar a grana.

Agora eu faço e farei cara de Túlio sempre que a situação exigir. Faça você também. Não falha nunca.

P.S.: para melhor explicitar como é a cara, veja a foto anexa - de um personagem psicopata do cinema. É bem assim a cara de Túlio.

Um abraço, Alberto Bota
 

Um comentário:

Anônimo disse...

Guardei e farei cara de Túlio, tudo fica mais fácil e sem stress, não é? rsrsrs