31.5.05

Alguém que faz falta

Em um país da África, depois de um criterioso processo de recrutamento com entrevistas, testes e dinâmicas de grupo, uma grande construtora brasileira contratou um grupo de canibais para fazer parte de sua equipe, mais precisamente na segurança. Quem se atreveria a entrar na empresa sem estar devidamente autorizado?
-"Agora vocês fazem parte de uma grande equipe" - disse o Diretor de RH, durante a cerimônia de boas-vindas. "Vocês vão desfrutar de todos os benefícios da empresa. Por exemplo, podem ir à lanchonete da empresa quando quiserem para comer alguma coisa. Devido a seus hábitos culturais, informo-lhes que não comam os outros empregados, por favor! "
Quatro meses mais tarde, o Diretor os chamou para uma conversa:
-"Vocês estão trabalhando duro e eu estou satisfeito. Mas a mulher que serve o cafezinho desapareceu. Algum de vocês sabe o que pode ter acontecido?"
Todos os canibais negaram com a cabeça. Depois que o chefe foi embora, o líder canibal pergunta: -"Quero saber já: quem foi o idiota que comeu a mulher que servia o cafezinho?"
Um deles, timidamente, ergue a mão. O líder responde, furioso: -"Mas tu és uma besta, mesmo! Nós estamos aqui, com essa tremenda oportunidade nas mãos. Já comemos 4 diretores, 9 assessores, 4 coordenadores, 4 gerentes e uns 9 funcionários da equipe durante esses quatro meses sem ninguém perceber nada. E poderíamos continuar ainda por um bom tempo. Mas não... O fominha aí tinha de estragar tudo e comer uma pessoa que faz falta!"

25.5.05

Há vida depois do Sssssshhhh!!!

Primeiro ponto para sobreviver ao fritex: é fundamental saber que quanto mais você gostar das "regalias", quanto mais valorizar o lado material das vantagens que tem quando está em um cargo executivo, mais bolhas sofrerá durante a fritura.

Segundo ponto para sobreviver ao efeito pururuca: se você tem o hábito de agir e pensar separando a vida profissional da vida familiar e, por sua vez, esta da vida social, terá muitas dificuldades em superar o sentimento inicial de “puta merda e agora...” que comumente acomete os que são fritos. Todos os aspectos da vida estão interligados.

Comece, hoje ainda, a praticar a saudável visão de que a Vida é uma só, você é uma pessoa única, não entre nessa de representar papéis sociais, seja você mesmo, por inteiro, o tempo todo. Já ouviu falar de gente que é um carrasco no serviço e um doce em casa? Claro que sim. Quantas pessoas destas são equilibradas? E sinceras? Convenhamos... Você não merece. Sai dessa. Já!

Terceiro ponto para sobreviver ao óleo fervente: lembre-se sempre que TUDO tem um início, um meio e um fim. O fim representa somente o término de um processo, mas não o fim de uma existência. Repito um conceito de Sócrates, o filósofo – não o “doutor” cotinthiano, que dizia: quando uma harpa fica velha e apodrece chega-se ao fim do instrumento, mas a música sempre encontrará vida em outros instrumentos. Ou seja, finda-se um corpo (a harpa, o emprego, o cargo, o que quer que seja), mas a essência, o espírito, permanece.

Vale lembrar o Evangelho de São Mateus, capítulo 6, versículos 19 a 21 : Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração.

24.5.05

Torresmo Corporativo

É difícil, mas é necessário estar sempre preparado para, a qualquer momento, virar torresmo... Daqueles de boteco de rodoviária, do tipo que tem que passar prestobarba antes de mandar pra pança. Ser frito no trabalho não é nem de perto tão doloroso quanto ser literalmente frito em óleo fervente, a exemplo do que faziam os espanhóis com os incas, maias e astecas. Mas não deixa de ser uma morte em vida. Conta-se que um padre, no maior dó de um inca que seria frito no azeite, disse ao homem prestes a ser executado: - Filho, aceite Jesus e vá para o Paraíso! O inca olhou firmemente o padre e perguntou: - Há espanhóis no Paraíso? Sim, muitos, meu filho... respondeu-lhe o padre. Ao que o inca retrucou: - Então, prefiro ir pro inferno...

Queria ter a força moral daquele inca. Mas não tenho. A cada pequeno sinal de que “o gato subiu no telhado”, me deprimo. Sei que a vida é sinônimo de transição. Sei que só há uma coisa permanente: a mudança, conforme atestam a filosofia de Heráclito e os preceitos do Budismo. Mas não consigo evitar de imaginar se há motivos que justifiquem a um superior hierárquico não ser sincero e direto, agradecer minha colaboração, informar que não vê mais adequação entre minha forma de trabalhar e a empresa, enfim, me transformar logo em colírio de asfalto, me “pingar” no olho da rua e boa... Resolvida a questão, haveria um natural período de luto, depois ódio, depois foda-se: e eu voltaria à luta. Como de costume. Mas o processo não-caga-nem-sai-da moita, ou seja, a tal fritura, é dureza de encarar.

Um exemplo clássico de fritura corporativa: você está diretor de uma empresa, há uma reformulação e te transformam em coordenador. Ou seja, você agora está tecnicamente um degrau abaixo no orgasmograma (aquele quadro que indica quem está em condições de foder com quem...). Aí, realizam seu rebaixamento para a ”Série B Corporativa”, começam a te aborrecer com outros tipos de picuinhas: sua equipe de secretária, dois colaboradores e um estagiário bacana e cheio de potencial se transforma da noite para o dia, sempre devido a imperiosas necessidades etc e tal, em um estagiário (um novato que foi escolhido por outra pessoa, de outro setor).

Depois é a vez dos “danos colaterais”, ou seja, logo após a erupção do vulcão, vem o mar de lava quente. A picuinha clássica é te trocarem de sala. Assim como a Igreja tem as Dioceses e o Exército tem as Patentes, as empresas têm as salas. Logo, se resolverem te mudar de sala e você for o último a saber, no melhor estilo marido-corneado, não se iluda: você já está a frigir. Chegar para trabalhar e já encontrar suas coisas em uma caixa para serem levadas para o novo “endereço” é muito difícil. Mas seja forte. Mantenha a cabeça erguida. Invariavelmente sua nova sala será menor, menos equipada, menos ventilada e iluminada, com um computador menos eficiente, talvez seja melhor resumir assim: tudo será MENOS. Pior é sofrer a fritura máxima: ser transferido para uma baia e ainda ter que dividi-la com alguém, pra entender de uma vez por todas que é considerado um sujeito ruim de serviço. Fica aquela sensação de claustrofobia, tipo delegacia lotada. E as vantagens especiais então? Bônus por desempenho da empresa, comissões, carro, cartão corporativo, celular, ajudas de custeio, vaga na garagem, o que mais a empresa oferecia? Pode estar certo: tudo será empapado de óleo quente e derreterá.

23.5.05

Olla Fervet

Eu era menino quando um senhor chamado Eduardo Portela foi nomeado ministro da Educação. Um repórter construía uma pergunta utilizando a expressão “agora que o senhor É ministro...” e o professor Portela o interrompeu dizendo: “eu não SOU ministro, eu ESTOU ministro”. Esta resposta marcou minha vida.
Daquele dia em diante, me tornei intransigente partidário do ESTAR em determinado cargo, em contraposição àqueles que acreditam SER o que um cargo representa. Ainda assim, sou obrigado a confessar que não sou humilde o bastante, nem suficientemente bom de coração para não ficar incomodado quando sinto que ligaram a chama debaixo da minha cadeira... Já me aconteceu antes. Vai acontecer de novo. Aliás, acontece com as pessoas desde sempre. A panela ferve, como diziam os romanos e atesta o título deste texto. A sua batata ta assâno, dizemos nós, os minerim...
Como ninguém está imune a este tipo de situação, resolvi relatar e compartilhar a experiência até então adquirida em ser cozido na frigideira com manteiga, azeite ou outra substância oleosa quente... Eu me explico no próximo texto.

20.5.05

XICRA OU CULÉ ?

Durante uma visita a um manicômio, o deputado Severino Cavalcanti, como sempre muito político, pergunta ao diretor, pausadamente:
- Meu Caro Diretor deste egrégio hospital, qual é o critério utilizado para definir se um paciente está curado ou não?

- Bem, disse o diretor, é simples: nós enchemos uma banheira e oferecemos uma xícara e uma colherinha de chá ao paciente. Depois pedimos para ele esvaziar a banheira.

- Aaaanh... já entendi nobre profissional da saúde! Uma pessoa normal escolhe a "xicra", que é "mais grande" que a "culé", não é? - disse Severino de improviso.
- Não, senhor !! Responde o diretor.... Uma pessoa normal tira a tampa do ralo.

18.5.05

Grandes Verdades

A diferença entre uma
mulher na TPM e
um seqüestrador :

Com o seqüestrador
você ainda tem
alguma possibilidade
de negociação...

12.5.05

O Chefe

Sempre estressado com o que acreditava ser excesso de trabalho, pois em sua opinião ele tinha que fazer ou refazer TUDO, uma vez que achava fracas ou imperfeitas todas as decisões que seus subordinados tomavam para solucionar problemas, um "Chefe" entrou em colapso nervoso e foi ao médico. Relatou ao psiquiatra o seu caso e o médico, experiente, diagnosticou ansiedade, tensão, insegurança e disse ao paciente:
-Você precisa se afastar por duas semanas da sua atividade profissional. O conveniente é que vá para o interior, se isole do dia-a-dia e busque algumas atividades que o relaxem.

Munido de vários livros, CD player, CD´s , mas sem celular e ou laptop, o "Chefe"partiu para a fazenda de um amigo. Passados os dois primeiros dias, já havia lido dois livros e ouvido quase todos os CD´s. Continuava inquieto. Pensou então que alguma atividade física o ajudaria a relaxar. Procurou o administrador da fazenda e pediu para fazer algo.

O administrador ficou pensativo e viu uma montanha de esterco que havia acabado de chegar. Disse ao "Chefe":
-O senhor pode ir espalhando aquele esterco em toda aquela área que será preparada para o cultivo. Pensou consigo: "Ele deverá gastar uma semana com essa tarefa". Ledo engano.
No dia seguinte o nosso "Chefe" já tinha distribuí­do o esterco por toda a área e pedia uma nova tarefa. O administrador então lhe disse:
- Estamos iniciando a colheita de laranjas. O senhor vá ao laranjal levando três cestos para distribuir as laranjas por tamanho. Pequenas, médias e grandes.

No fim daquele primeiro dia o nosso "Executivo" não retornou. Preocupado, o administrador se dirigiu ao laranjal. A cena que viu foi a seguinte: estava o nosso "Chefe" com uma laranja na mão, os cestos totalmente vazios, falando consigo mesmo:
-Esta é grande. Não, é média. Ou será pequena? Esta é pequena. Não...


MORAL DA ESTÓRIA:
Espalhar merda é como criticar o trabalho dos outros: fácil.
Difícil é tomar decisões rápidas e arcar com a responsabilidade.

10.5.05

Borocoxô

Borocoxô - palavra usada quer como adjetivo, quer como substantivo, qualificando ou significando pessoa sem coragem, fraca, sem energia ou envelhecida. Pode-se ainda aplicar a situações, apresentações culturais, lugares, objetos significando "sem graça", "sem brilho".
Escolhi este título para o meu blog por duas razões, ambas sentimentais. Em primeiro lugar, na minha família sempre se usou esta expressão: encontrei fulano, tava tão borocoxô... Depois que X terminou com Y ela está tão borocoxô... Filmezinho mais borocoxô, hem... Nunca fiz uma prova tão borocoxô, preciso estudar mais! E assim por diante. A segunda razão vem do fato de que nada me deixa mais feliz, mais pra cima, do que fazer uma pessoa sorrir. Uma palavra, uma brincadeira, uma piada e a pessoa momentaneamente relaxa e solta o riso. É muito legal esta energia. Se a pessoa gargalhar, pra mim é como marcar um golaço com o Mineirão lotado! Eu vou pra galeeeera...
Borocoxô é a vida sem alegria. E eu não vim ao mundo para ser borocoxô.
Ficar, bom, ficar toda pessoa um dia fica. Às vezes, meses inteiros são necessários para o processo de cura da "borocoxice" (já estou até inventando palavra...). Mas passa. E este espaço vai ser dedicado tanto ao exorcismo dos MEUS capetas-baixo-astral-frutos da frustação e insegurança, quanto aos SEUS momentos de falta de energia.
Quando você estiver borocoxô, vem visitar este blog. Na pior das hipóteses, você vai encontrar um textozinho bola-murcha, borocoxô de dar dó, e descobrir que não está sozinho.

Síndrome do Valisère

Ahhh... a primeira vez...
A tensão inicial, o suor, aquele friozinho na barriga e a sensação de não estar, digamos, fazendo aquilo direito... Assim eu me sinto "postando" o meu primeiro texto, no meu próprio "blog".
Quem me conhece pessoalmente sabe que aqui serão encontradas piadas, casos engraçados, idéias escritas com a única intenção de divertir (ou polemizar), enfim, um pouco do meu dia-a-dia e, é claro, de mim. Àqueles que não me conhecem, fica o convite para visitarem este localzinho simpático da world wide web.
Um abraço,
Alberto Bota

P.S.: A primeira foi rápida (quase precoce) porque eu estava, sinceramente, muito emocionado...