14.8.12

Feijão

O cara tinha verdadeira paixão por feijão, mas ele lhe provocava
muitos gases, criando situações embaraçosas sempre que o comia.

Um dia ele conheceu uma garota e se apaixonou.
Mas pensou: Ela nunca vai se casar comigo se eu continuar desse jeito.
Então fez um sacrifício enorme e deixou de comer feijão.
Tempos depois os dois se casaram.

Passados alguns meses, ele não resistiu à velha tentação e em
um sábado, por volta de uma da tarde, passou no
Mercado Central, comeu três pratos fundos de feijão. Para
acompanhar, várias cervejotas e duas cachacinhas...
Durante todo o caminho de volta, foi para casa peidando, feliz da vida.
E quando chegou já se sentia 'menos pressionado'. Teve vontade de
rir ao pensar esse infame trocadilho.

A esposa o encontrou na porta e parecia bastante
excitada. Ela disse: Querido, o almoço hoje é uma surpresa...
Ele tentou dizer que havia comido alguma coisa no Mercado, estava com pouca fome,
mas ela logo colocou nele uma venda nos olhos e o levou até a mesa, fazendo-o
sentar-se à cabeceira. Nesse momento, talvez por ter ficado ansioso, ele pressentiu
que havia um novo torpedo a caminho.

Quando a esposa estava prestes a lhe remover a venda, o telefone tocou.
Ela foi atender, mas antes o fez prometer que não tiraria a venda enquanto
ela não voltasse. Ele, claro, aproveitou a oportunidade. E, assim que ficou sozinho,
jogou seu peso para apenas uma perna e soltou um Senhor Peido.
Não foi apenas alto, mas também longo e picotado. Parecia um ovo fritando.

Com dificuldade para respirar, ele tateou na mesa procurando um guardanapo e
começou a abanar o ar em volta de si, para espantar o cheiro. Mas, logo
em seguida, teve vontade de soltar outro. Levantou a perna e...
RRRRRRRRRRRROOOOOOOOOOOOUUUUUUUUUMMMMMMM!!
Esse, então, soou como um motor a diesel pegando e cheirou ainda pior!
Esperando que o odor se dissipasse, ele voltou a sacudir os braços e o guardanapo,
freneticamente, numa animada e ridícula coreografia.

E quando pensou que tudo voltaria ao normal, lá veio a vontade outra vez.
Como ouvia a mulher, lá dentro, continuando a falar no telefone, não teve dúvidas:
jogou o peso sobre a outra perna e mandou ver.

Desta vez, veio o Desolador, mistura de calor com enxofre puro...
As janelas vibraram, a louça na mesa sacudiu, e em dez segundos as flores no vaso
sobre a mesa estavam mortas, estilo Chernobyl...

Mantendo a promessa de não tirar a venda, continuou abanando os braços
por mais uns três minutos. Quando ouviu a mulher se despedir no
telefone, já estava totalmente aliviado. Colocou o guardanapo suavemente
no colo, cruzou as mãos sobre ele e chegou a sorrir vitorioso,
estampando no rosto a inocência de um anjo.

Então a esposa voltou à sala, pedindo desculpas por ter demorado tanto ao telefone,
e lhe perguntou se ele havia tirado a venda e olhado a mesa de jantar. Quando
teve a certeza de que isso não havia acontecido, ela própria lhe removeu
a venda e gritou: " SURPREEEEEESAAAA!"
E ele, finalmente, deu de cara com os convidados sentados à mesa para
comemorar seu aniversário!

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