13.11.12

O Oráculo

De quinze em quinze noites, com falhas, eu e meus sete irmãos nos reunimos em uma pizzaria para colocar a conversa em dia.

É uma pizzaria tradicional, de bairro, sem tremeliques, modismos ou frescuras. Uma espécie de botecão familiar e respeitável. Comida boa, honesta. Cerveja gelada. Garçons muito bacanas - atentos, profissionais, boas praças. Para não fazer merchandising (gratuito), toda vez que for falar sobre esse local aqui no blog o chamarei de "Óraculo".

Sobre meus irmãos, tenho a dizer que foi Deus, em Tríplice Pessoa, Quem me deu um deles. Nascemos na mesma casa, temos o mesmo DNA. Aos outros seis, Deus me apresentou. A afinidade, fraternalmente, nos uniu para sempre. É muito importante ter com quem compartilhar alegrias e tristezas. Rir junto é condição básica para manter a sanidade mental. E isso a gente faz. E como faz.

Para dar a você uma ideia, conto um caso ocorrido há pouco tempo no Oráculo. Em meio ao natural burburinho que resulta das conversas travadas nas mesas com a fala dos personagens das novelas que passam nas TVs penduradas na parede da pizzaria, o cara levantou da mesa onde estava e, antes de sair correndo, soltou uma frase. Mas não uma frase qualquer.

O caboclo valeu-se de um certo tom épico, tipo um slogan de super-herói - sigam-me os bons, para o alto e avante, essas coisas... Ele fez questão de dizê-la bem alto para que o Marquinho - garçon que o atendia - e todos presentes no Oráculo escutassem: 
"- Nossa, deixei meu Rolex no painel do carro!"
"Do Chevette?!" gritei de volta, de bate-pronto.

O local explodiu em gargalhadas. O cara colocou uma nota de 50 sobre a mesa e saiu.
Fico na maior curiosidade, pensando por que ele não voltou...


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