23.5.12

Foi assim - 9

Eu já estava dentro do elevador. Iria descer no décimo primeiro andar.
Segurei a porta para que 4 mulheres entrassem.
Dei bom dia. Perguntei o andar. Décimo segundo, disseram. Apertei.
Uma delas dizia que havia confirmado sua segunda gravidez naquela manhã.
A porta do elevador fechou e começamos a subir.
A grávida disse:
- Meu marido ficou super feliz e disse que tem vontade de ter 3 filhos... 3, gente... humpf... pode tirar o cavalinho da chuva!
As outras 3 mulheres começaram uma ladainha interminável sobre defeitos e falta de participação masculina na vida familiar - e é óbvio que sabiam que havia um homem (eu) dentro do elevador. Caladíssimo, diga-se de passagem. O tiroteio continuou com o discurso de que homem é fingido, que é um quando namora e outro depois que casa. Até que surgiu o momento mágico para que eu, que naquele momento representava todos os homens do mundo (já que elas estavam generalizando), defendesse a classe masculina.
Quando o elevador estava entre o nono e o décimo andares, uma delas soltou o petardo verbal:
- São uns imprestáveis... preguiçosos. Homem serve pra que?
Eu disse:
- Para ser gentil, segurar a porta, casar com as mulheres e o mais importante: aguentar as intermináveis reclamações.
PLIM! Décimo segundo andar - disse a voz feminina-metálica-mecânica do elevador.
A porta estava aberta. Ao sair, eu ainda disse: - Bom dia. E parabéns pelo bebê!

O silêncio era sepulcral.


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