15.1.13

Sem frescura

Estávamos, meus amigos e eu, no boteco de sempre.
Conversávamos, bebíamos e comíamos, como sempre.
Como sempre, cervejas muitas e cachacinhas algumas.
Cachacinhas. assim, no diminutivo, dão uma melhor impressão...
Tira-gostos de sempre: bolinhas de queijo, iscas de filé à milanesa com molho tártaro, pizza a palito - gigante, calabreza e presunto "tudo misturado".

Ricardo - Sivuca - um de meus manos, está numa onda de tomar vinho.
Toma por que gosta, não pela enochatice que tomou conta do mundo.
Pediu um branco, gelado.
Luizão, garçon de alto gabarito, serviu um tico de vinho na taça do Sivuca e parou.
É o ritual.

Seguiu-se um silêncio e um leve constrangimento.
- "Não vai provar?" perguntou Luizão.
- "Sem frescura", decretou Ricardo.
Completou-se a taça e meu camarada deu um generoso gole.

Mesmo se não conhecesse o Sivuca, por essa atitude o cara já se tornaria um de meus Ídolos.


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